Para os mais novos, uma pequena explicação: O filme “A Escolha de Sofia” trata do dilema de “Sofia”, uma mãe polonesa, filha de pai anti-semita, presa num campo de concentração durante a Segunda Guerra e que é forçada por um soldado nazista a escolher um de seus dois filhos para ser morto. Se ela se recusasse a escolher um, ambos seriam mortos. Acreditem, fez muito macho chorar feito bebe quando saiu nos cinemas.Se suportar até o final, vai descobrir o porque do titulo. Se conhecer a CBA e sua historia e posicionamento atual junto aos pilotos e também como a mesma é percebida pela comunidade automobilística , nem precisa ler o texto todo, você pode pular lá para baixo no paragrafo “Sofia somos nós, pilotos”.
UM AVISO IMPORTANTE ANTES:
As opiniões, textos marcados, assim como também matérias e pessoas citadas foram coletadas e devidamente citadas as fontes. Este texto não deve ser utilizado como texto definitivo de defesa ou acusação ao papel ou administração da CBA, FAUs ou ORGANIZADORES filiados ou não o que não é declaradamente desde já o objetivo do mesmo.
Nós do Diários de Judith acreditamos e afirmamos desde já que qualquer ação comercial (E eventos automobilísticos convencionais são, mesmo quando gratuitos, sem pagamento de inscrição e etc, considerados “comerciais” se geram lucro de qualquer forma, seja financeira ou mesmo simples divulgação de produtos, serviços e afins) deve ser regulada e amparada por legislação especifica sempre que possível e de forma a defender os interesses comuns da comunidade automobilística, seja por parte dos pilotos, organizadores e de quem depende profissionalmente deste meio.
Leia todo o TEXTO até o final caso queira se utilizar desse conteúdo para formar uma opinião própria. A leitura parcial desse texto pode resultar em posicionamentos pró ou contra organizadores ou CBA/FAUs, sendo que como já dissemos, não é o objetivo deste texto
E agora vamos continuar!
Inicialmente seria um texto grande, bem grande, enorme… Explicando sobre o que significa CBA / FMA /FAERJ e FAUs em geral. Entretanto, após refletir um pouco e quase já quebrando a barreira de 1000 palavras de texto (Observe que essa revisão possui mais de 3600 palavras), pensei: “Cara o pessoal não vai aguentar ler tanta coisa, vão esperar um filme sobre o assunto”. E de fato o que iremos abordar hoje de forma bem mais rápida (mas senta porque ainda assim é muito longo) poderia dar um filme. Um dos bons mesmo que te prende na cadeira até o fim para ver aonde o buraco termina. Então peço licença para uma abordagem informal ok? Pegue um refrigerante gelado ou se quiser uma cerveja, uns petiscos e me segue!
CBA – Representante máxima federal de administração do desporto do automobilismo Brasileiro.
CBA – DIGA-ME COM QUEM ANDAS…
Deixa eu explicar melhor para quem não conhece, ok? A CBA é a Confederação Brasileira de Automobilismo que é o órgão responsável pela organização dos eventos e representação dos pilotos de Automobilismo no Brasil sendo assim a representante máxima federal de administração do desporto do automobilismo e foi fundada em 7 de setembro de 1961 sendo filiada à Federation Internacionale de l’Automobile, FIA (Federação Internacional do Automóvel), associação civil de caráter social, técnico desportivo. Entre os principais objetivos da CBA está o compromisso de dirigir, difundir e incentivar no País a prática de todas as modalidades desportivas automobilísticas e, desde que credenciada, desenvolver as atividades ligadas ao turismo, trânsito e transportes. Cabe à CBA coordenar o complexo técnico desportivo do automobilismo brasileiro, que é regulado pro normas nacionais e internacionais e pelas regras de prática desportiva que deverão ser aceitas por todos que façam parte do sistema desportivo nacional do automobilismo, na forma da Lei 9.615 de 24 de março de 1998.
CBA e FAERJ juntas foram incapazes de conter uma das maiores perdas do esporte a motor. A perda do autódromo de Jacarepaguá sem sequer conseguirem a definição de um novo autódromo.
A FAERJ e a FMA são os braços “estaduais” da CBA, ok? Sendo direto, você não pode brigar com a CBA se quiser ser algo, digamos, um pouco mais formal, reconhecido como um piloto federado por exemplo, para isso você conta com um desses braços com jurisdição de seu estado e faz sua filiação, logo, se você está no Rio de Janeiro você vai até a FAERJ e faz sua “cédula desportiva”, se você está em Minas Gerais você vai até a FMA e pronto! Já sai falando que é piloto.De acordo com o site da FAERJ (CLIQUE AQUI) para se tornar um piloto com direito a Cédula Desportiva você precisa:
1) Cópia da Carteira de Identidade e do CPF ou da CNH (que conste os números da Carteira de Identidade e do CPF) e apresentação dos referidos documentos originais.
2) Preencher a Ficha de Cadastro Nacional de Pilotos – CBA (CLIQUE AQUI)
3) Declaração Médica de Capacidade Física e Mental para a prática do esporte (válida com até 3 meses da data de emissão e com a assinatura do médico e carimbo do CRM)
4) Se for menor, assinar e reconhecer em cartório o Termo de Responsabilidade (CLIQUE AQUI)
5) Pagar a taxa anual da Filiação de acordo com a tabela (VALORES 2016)
Pronto, mais nada!! Você é oficialmente um piloto, navegador e etc federado com todos os direitos e deveres conforme estatutos da FAERJ e da CBA, apenas como curiosidade para você ser uma equipe federada de Rally você precisa de (valores atuais) R$ 1.060,00 reais relativos ao piloto e navegador. Os deveres? Bom são muitos, tantos que fica até difícil escrever em um texto que decidi ser informal e o mais curto possível, logo se você tem interesse real por gentileza dê uma olhada no ESTATUTO DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE AUTOMOBILISMO (CLIQUE AQUI).
Se você quer conhecer o “glamour” de ser um piloto federado, começa com esses 10% para andar de Kart.
Não vou mentir, não é animador, na verdade quando você entrou no site da FAERJ (Se é que clicou no link que coloquei para você) com certeza se deparou com uma imagem, logo de cara, dizendo que você tinha 10% de desconto em uma pista de KART INDOOR aqui no Rio de Janeiro. Sim, isso é bem significativo!! E sendo sincero, KART é o maior barato, adoro correr (de forma amadora porque para valer ainda preciso de vender muita garrafa…) e não sei se existe um piloto que não curta algo tão visceral como o kart, o contato mais íntimo com a máquina como essa experiência proporciona e que nos possibilitou grandes pilotos como por exemplo Ayrton Senna, mas assim, sendo sincero os 10% de desconto me soam, nesse contexto, quase como se fosse uma brincadeira. Mas isso é uma questão de opinião.
Mas irei adiantar a você algo que você tem direito, real e imediato.
Você tem resumidamente o direito de pagar sua cédula desportiva e correr em eventos com a chancela da CBA ou suas respectivas representantes estaduais (FAU) sendo que se você por um acaso correr um evento que não tem a autorização da CBA, mesmo que ele esteja ok com polícia, bombeiros, prefeituras e etc, por mais que você conheça e endosse a qualidade do mesmo e se responsabilize pelas consequências, enfim que exerça seus direitos de cidadão e responsabilidades civis, por mais que tudo isso…
SE VOCÊ CORRER UM EVENTO QUE A CBA CONSIDERE PIRATA VOCÊ SERA ADVERTIDO, PUNIDO COM MULTA, SUSPENSÕES E DESCLASSIFICAÇÕES.
Deixa eu explicar melhor para você entender, no momento em que você vira um piloto federado você concorda com diversas diretrizes entre elas que de não irá nem organizar nem participar de eventos sem a chancela CBA ou de suas FAUs. Significa mais ou menos que se você conseguir um cartão de credito da VISA você nunca mais poderá usar dinheiro ou um cartão da MASTER em um estabelecimento que não aceite VISA, sim, parece absurdo? Mas é isso que ocorre, você acha um abuso? Mas é isso que acontece.
“Mas não existe nenhuma vantagem?”
Pentacampeão da Stock Car, Cacá Bueno entende que atuação da CBA é ineficaz e não gera nenhuma compensação.
Na pratica, quem se torna um federado possui expectativas e sinceramente na grande maioria das vezes elas não são nem de longe atendidas. Não existe nenhuma vantagem por si só que valha o investimento e sendo bem claro basta pesquisar um pouco na internet para entender que inclusive eles mesmos, toda confederação Brasileira, todas suas associadas estaduais como FAERJ e FMA, todas, quando questionadas respondem que é porque precisa, porque é lei, porque é o que deve ser feito e pronto, que eles regulam o automobilismo e que eles podem punir e que inclusive um federado está de acordo em abrir mão de seu direito de levar isso a justiça comum, sim, isso é a verdade. Hoje, por mais duro que possa parecer a CBA é assim como todas suas representantes acusadas de serem apenas vendedoras de CÉDULAS DESPORTIVAS por muitas personalidades de grande peso no mundo do automobilismo. Mas porque essas personalidades pensam dessa forma? Acreditamos que muito em parte do jeito “CBA” de resolver as coisas, um exemplo? Ok vamos arrumar um dos inúmeros, leia abaixo.
Sabe o que é TRACKDAY?
Um dia para você dentro de um autódromo com toda organização e segurança necessária, correndo contra o relógio, acelerar a vontade com seu carro.
Basicamente é pegar o seu carro levar para um autódromo e fazer algumas voltas cronometradas, deixando claro, você pega seu carro e corre contra o tempo (sendo que nem isso é a definição “real”, correr é na verdade dar um passeio pelo circuito) respeitando o seu limite e o limite do seu carro, isso é um TRACKDAY, sabe qual o interesse da CBA nisso? ZERO, nunca se importou, o problema é que ficou grande, muito bem feito, organizado e espalhado por todo o Brasil, ganhando um vulto expressivo e a principio sem nenhum problema até que um belo dia o que ocorre? “No dia 15 de setembro de 2014 a Confederação Brasileira de Automobilismo publicou em seu site uma inédita regulamentação para prática da “modalidade track day”. Logo que chegou aos organizadores e praticantes de track days o texto causou polêmica por trazer mais problemas que soluções e também por sua superficialidade quanto à questão técnica e até mesmo a legalidade do documento” – Conforme excelente matéria do site FLATOUT. Exatamente isso, simples assim do nada a CBA brota um regulamento todo recortado com exigências que vão desde que o organizador tenha a infra CBA e com isso pegue todo o valor bruto de entradas, vendas e etc e dê uma porcentagem a CBA (Logico que o prejuízo não é dividido com ela) até regras para carros praticamente inviáveis de implementar pela natureza do evento.
Confere a reportagem do FLATOUT aqui: FOGO COM FOGO – FLATOUT
Alguns pontos importantes, observem bem que de acordo com os envolvidos a CBA nada fez em um primeiro, segundo ou terceiro momento, ela apenas, depois de um grande movimento de competidores e organizadores junto aos autódromos criou um regulamento completamente recortado e copiado de outras categorias, na percepção de especialistas que analisaram (E corroborado pela propria CBA depois, já que um mês depois varios pontos foram reconsiderados) e foi lá junto a eles apresentar a conta, se apresentar como “Estrela do Show” que não ajudou a criar.
Em reportagem clara e objetiva o site FLATOUT trás a tona contestações de pilotos e organizadores e resposta “padrão” da CBA.
Chegou a ler a reportagem no link que colocamos acima? Não? Sem problemas eu resumo para você o Site mandou alguns questionamentos, foram questões simples, sim foram, mas foram simplesmente complicadas para responder porque foram as perguntas certas!! A CBA respondeu a esses questionamentos e de outros pilotos, organizadores e jornalistas com o email (enviados como mala direta) a diversos destinatários, a resposta foi essa aqui:
“Caros amigos, depois de várias consultas com Diretores da CBA e, principalmente, responsáveis pelas Comissões de cada tipo de evento automobilístico, preparamos uma satisfação aos participantes do Track Day em praças esportivas brasileiras. Após uma série de solicitações e reclamações em virtude de acidentes e participações de pessoas praticamente sem informações ou mesmo mal intencionadas em participar dos Track Day aberto ao público nas praças esportivas, a Confederação Brasileira de Automobilismo resolveu tomar providência no sentido de salvaguardar a segurança dos praticantes destas atividades, esses sim, bem intencionados e que usam a prática realmente para conhecer de perto as emoções que um piloto tem em uma pista homologada pela entidade do esporte a motor. Assim, estamos determinando que sejam cumpridas as normas de segurança que regem a prática do automobilismo e para isso há a necessidade de termos representantes da CBA no local do evento. O cadastramento de participantes resume ao fato de termos, por exemplo, a comprovação da carteira de habilitação do praticante, o tipo sanguíneo para casos de emergência e um controle efetivo, com a real possibilidade de punir e inibir todos aqueles que não respeitarem as regras impostas pelos organizadores e pela CBA. Um grande abraço e estou a disposição. Dinho Leme”
De fato analisando melhor, você nem precisa saber quais foram as perguntas pois as respostas não estão ai. Basicamente o que está escrito ai é o seguinte, achamos que é arriscado porque recebemos diversas reclamações (Nessa oportunidade não informam de quem, de onde, porque, como e etc) e vamos intervir determinando as regras e a necessidade que todos tenham a cédula desportiva, modificações nos carros e etc (incluindo caríssimos jogos de pneus NOVOS a cada “passeio”). Isso provocou a fúria e foi a gota de água para diversas personalidades de peso no esporte automotor, confira abaixo alguns:
Flavio Gomes (Agencia Warm/UP Portal Grande Premio): Mais Carteirinhas
Rodrigo Mattar (Agencia Warm/UP Portal Grande Premio): Confederação Brasileira de Carteirinhas
Bob Sharp, piloto e jornalista automotivo: CBA põe a mão nos trackdays, acredite se quiser
E isso foi apenas a gota de água para os missivistas acima, Porque existem várias outras ocorrências como em reportagem da ISTO É “Escândalo no automobilismo” que você pode conferir clicando AQUI que mostra que as coisas vão alem do esporte automotor.
* Um mês depois a CBA sinalizou com mudanças nas regras, inclusive a permissão de usar pneus slicks em bom estado mas que não precisavam ser novos. Mas o estrago já estava feito, o numero de interessados, despencou diante da abordagem e organizadores desistiram de realizar eventos.
Sofia somos nós, pilotos
Ate mesmo Pedro Piquet, na época com 15 anos, sofreu com as decisões equivocadas da CBA.
Mas qual a motivação desse texto, agora? Lembrando que não é a primeira vez que o Diários de Judith foca na CBA e suas filiadas, o caso é que infelizmente diversos pilotos da categoria Rally receberam neste ano de 2016 cartas de advertência e depois penalizações como pagamento de multa e suspensão da cédula esportiva por estarem participando de eventos considerados piratas pela CBA e tudo isso ocorreu após um organizador que esta no mercado a mais de uma década resolver, após tentar manter o evento federado com a chancela FMA e FAERJ em diferentes oportunidades, romper com a entidade e realizar seu evento de forma “avulsa” por motivos que são repetidos a exaustão por diversos organizadores (independentes de serem ou não portadores de chancela CBA), basicamente dizendo que a participação das FAUs nos eventos hoje apenas representam custo e burocracia já que NADA absolutamente nada é agregado em relação a segurança efetiva e ou gestão do evento.
Os comissários são representantes da CBA nos eventos e realizam entre outras coisas, vistorias tanto dos pilotos e seus veículos quanto fiscalizações e obrigações dos organizadores
De acordo com esses relatos o comissario preenche fichas (que já são realizadas pelo organizador no evento ou na inscrição de forma eletrônica), realizam uma vistoria básica (que já é realizada de qualquer forma) e conferem documentação do carro e do piloto (Carteira de motorista). A CBA recebe pela presença do comissario e seu suporte sendo que o organizador fica com o custo total e participa com porcentagem para organização em cima de toda captação do evento.
Nesse caso em especifico no qual a CBA por meio de suas FAUs empreende uma guerra contra esse organizador, tivemos acesso também a documentos da FMA (Federação Mineira) simplesmente saindo de sua jurisdição e atuando junto a pilotos cariocas que são de responsabilidade da FAERJ, simplesmente enviando cartas e mais cartas com as devidas advertências e punições. Hoje a FAERJ no Rio de Janeiro praticamente cuida da categoria KART e mais nada situação essa que se torna compreensível pela dramática falha da confederação e federação em impedir a destruição do Autódromo de Jacarepaguá. Turismo, Arrancada e Rally por exemplo são completamente sem cobertura e divulgação de acordo com o próprio site da FAERJ.
Se você clicar em “Calendários” dentro do site da FAERJ irá encontrar o mais completo vazio em diversas categorias, confira a categoria RALLY clicando AQUI mas isso se repete em todas as outras categorias com exceção de KART, tamanho o dano no automobilismo carioca. Interessante ressaltar que a própria CBA cita a necessidade de ao menos 3 categorias para criação de uma FAU, hoje a FAERJ que representa o Rio de Janeiro possui apenas uma o que mostra que a CBA possui muito mais problemas IMEDIATOS do que alguns eventos regionais.
Mesmo para sua co-irmã FAERJ a atitude da FMA de sair punindo pilotos de diferentes localidades se mostrou muito equivocada, pois tivemos noticias de um documento no qual a mesma (FAERJ) se desculpa pelo incidente e torna NULA qualquer decisão da FMA em relação a um piloto especifico, lembrando que isso foi apenas UM CASO de retratação, diversos pilotos foram afetados.
A impressão que se tem é que como ocorre muitas e muitas vezes em nosso cenário esportivo, alguém dá uma canetada tentando solucionar algo “local” e “pontual” e acaba causando um grande dano que pelo absurdo percebido tardiamente precisa ser reparado, entretanto novamente o jeito “CBA” toma forma e a melhor saída é pedindo desculpas, tudo resolvido. Pelo menos é a visão da CBA e suas FAUs atualmente, veja bem, você acaba sendo desclassificado, perdendo investimento de corrida, patrocinadores, sendo taxado de pirata e etc e o que recebe em troca? Desculpas. E não é piloto amador, ou pequeno, ou de categoria X, Y, Z não, como no caso que citamos acima do Pedro Piquet, confira clicando AQUI
Assim como a FAERJ no site da FMA você não encontra nada para 2016 na categoria Rally.
De acordo com os sites oficiais você não tem nada para fazer em 2016 se for um federado, se quiser pode correr KART mas correr RALLY você, conforme os sites oficiais das FAUs no Rio de Janeiro e Minas Gerais você deve deitar no chão em posição fetal e morrer lentamente, já que simplesmente não existe nada para ser feito. Só que em uma rápida pesquisa na internet você encontra diversos eventos!! Com diversas sub categorias, você pode escolher rally de velocidade, rally de regularidade, velocidade na terra, raid e competições a perder de vista.
E pasmem, você encontra eventos com chancela da CBA e suas FAUs em sites bem feitos e plenamente atualizados com informação refletindo grande cuidado com seus competidores.
Já no site da CBA (http://www.cba.org.br/) você tem uma lista mais promissora de eventos mas quando seleciona uma opção na verdade entende que são apenas noticias vaporizadas de determinados eventos, no final das contas, verificando em calendário o que você tem novamente é isto:
O mesmo padrão das FAUs (FMA e FAERJ) se encontra na CBA, calendários vazios.
Hoje o que encontramos de fato, se ignorarmos informações dos sites dos organizadores e partirmos para informações encontradas fora dos sites federados, são eventos de MARCAS como por exemplo Misubish, Suzuki,Troller e outras que são direcionados para o publico consumidor dessas mesmas marcas ou seja, você não pode anexar um evento a uma marca e se arriscar a ser rotulado na frente de todos como “pirata”, logico, por pior que seja o suporte e apoio da CBA (isso é uma suposição, apenas um raciocínio sobre vantagens e desvantagens) podemos concordar que é melhor “pagar simplesmente” e não se arriscar a isso?
Mitsubish Motorsports um dos eventos nacionais chancelados pela CBA e respectivas FAUs.
Mas e os pilotos “multimarcas”? Porque mesmos os campeonatos de marcas, acabam se tornando mini campeonatos dentro do principal, você possui grandes competidores com determinada marca correndo e disputando com outros iguais e outros competidores que vão por convite, para participar e por gostar também, mas são aqueles que não querem danificar o carro, arrumar problemas mecânicos e etc, o que é perfeitamente compreensível dentro do objetivo de um campeonato de marca.
Para embates multimarcas, os competidores precisam ficar ligados pois eles existem, muitos não contínuos (mas existem) com diversas etapas mas sim edições ao longo do ano que permitem bons confrontos e sustentam com talento e tenacidade o mundo do rally nacional. Mesmo eles são rallys que possuem patrocínio forte e consolidado (ainda bem, pois aliados com a competência dos organizadores produzem grandes eventos), com exposição e exploração de marcas que conseguem suprir recursos necessários para diversos gastos, inclusive o da federação.
Então após esse enorme texto, sobram alguns alguns pontos e considerações finais.
Qual o real objetivo hoje da CBA?
Isso precisa ser respondido muito mais que apenas por aquele texto de definição que você leu no inicio dessa matéria. A CBA precisa definir isso junto com suas FAUs de maneira clara pois hoje a impressão que se tem é de fato que a mesma apenas “vende carteirinhas” e cobra sua chancela nos eventos. E isso é inadmissível. Uma confederação precisa ser motivo de orgulho e suporte a competidores e organizadores.
Muito mais que palavras, muito mais que argumentações do tipo “porque é lei”, muito mais do que “iremos consultar nossa área jurídica”, muito mais do que dizer que garante a qualidade e segurança do evento sem explicitar na pratica o “como” já que hoje, nossa percepção como competidores e também de equipes com muito mais peso que nós em categorias com muito mais foco que a nossa concordam e corroboram com uma visão de que a CBA hoje se baseia em defender sua existência como sendo simplesmente “obrigatória por lei”, defesa essa que fica abalada inclusive pelo questionamento abaixo.
Porque existem eventos “piratas”? E a responsabilidade da CBA não existe neles?
A CBA define qualquer evento sem sua chancela como sendo pirata, simples assim. Ameaça com processos, boicotes, usa todas as ferramentas que possuem para evitar tais eventos, se alega máxima autoridade no esporte e com fé e reconhecimento legal. Então porque ainda permite eventos piratas? Porque não aparece com um comissario, policia do lado e simplesmente impede o evento? Com qual direito legal, sendo uma autoridade a CBA imputa o termo “pirata” a um evento e não pode usar do expediente de impedir o mesmo? Não tem poder de policia? Entendemos, mas que autoridade então tem a CBA alem do papel?
Caso um evento “pirata” ocorra de quem é a responsabilidade? A CBA não possui fiscais? Alguém para pelo menos uma vez ou outra olhar a internet? Conversar com os pilotos? Com empresas de cronometragem? Ninguém? Nada? Se ocorrer um acidente a CBA entende que não é responsavel? Que não é responsavel por dentro de sua jurisdição ocorrer campeonatos completos sem que nada seja feito?
Outro questionamento, na pratica qual a segurança que competidores e organizadores possuem com a chancela? Algum seguro? Alguma compensação? Se algo ocorrer, danos ao bem publico, um acidente com espectadores e etc, como fica a responsabilidade civil? Será que com ou sem a CBA é a mesma coisa? No final, qual diferença faz?
Porque a CBA e suas FAUs ainda apostam em punições contra competidores para punir por exemplo organizadores “piratas”?
A CBA não processa, pune, multa, prende, cancela ou qualquer ação que impeça um evento pirata. A CBA de acordo com organizadores inviabiliza eventos de menor porte comercial pelos custos não diferenciados aplicados e por isso realizam sem a chancela da mesma, ainda assim a CBA tem como sendo uma medida razoável punir o competidor que compete em tais eventos. Esse sim é multado, suspenso, punido de diferentes formas com cartas, comunicados em geral em resumo, o competidor, seu integrante esse sim é hoje massacrado pela completa e factual inabilidade da CBA lidar com eventos que ela julga “piratas”.
Desta forma é perceptível que a posição da CBA não é a de proteger e representar os competidores e sim de emitir uma autorização meramente comercial já que como definimos acima no inicio desta matéria em nada possui prova de habilidade ou psicológico ou qualquer outra que não seja condições de pagar.
De forma simplista lembra muito a “piada” em que um dos cônjuges chega em casa e flagra o outro praticando a mais clara traição no sofá da sala, a solução? Rápida! Vendeu o sofá. Cômico se não fosse trágico.
Concluindo enfim esse enorme texto que desde já pedimos desculpas pelo tempo dispensado. Estamos assim, como Sofia em uma escolha diária, entre a “legalidade” inócua e a “pirataria” viva, pulsante e real das competições que não possuem chancela CBA cuja qual com toda sua autoridade não consegue impedir, mesmo sendo eles com datas divulgadas e locais específicos.
Esta na hora da CBA se tornar séria, se tornar efetiva e não apenas de respostas, comunicados, ações e etc. Ela deve se tornar desejada por competidores e organizadores, um evento CBA precisa ser muito, mas muito diferente de um “pirata” para que seus competidores entendam muito bem o que é um evento dentro da lei, para que sua vontade não seja de correr um “pirata” como define a CBA. Porque sinceramente, sem meias verdades, uma das FAUs da CBA praticamente se descompensou simplesmente porque um evento pirata foi um grande sucesso de publico, grid lotado e executado sem o menor problema.
Alem disso, que fique claro, eventos “piratas” não ocorrem e não são piratas. Eles simplesmente são eventos amparados de alguma forma que são realizados e concluídos sem interferência legal alguma, nunca vimos um ser cancelado pela policia, nunca vimos algum ser sequer suspenso pelos organizadores por esse motivo. Logo antes de definir um campeonato como “pirata”, “bucaneiro” ou qualquer outro termo, a CBA precisa se posicionar com os organizadores e não apontar suas armas para quem merece respeito em seu trato.
Aguardemos e torçamos para que o futuro do automobilismo não seja simplesmente um pais sem autódromos, sem rallys, sem eventos que nos traga a alegria de fazer o que gostamos de fazer.